Café Top no Home Office
E aí pessoal, tudo bem?
Vamos falar sobre café, algo presente no nosso trabalho todo dia. Vou tentar ser rápido e simples, apesar de ser um assunto que eu adoro e poderia falar muito mais.
Antes de trabalhar, eu não tomava café. Aprendi a gostar de café no trabalho. Era o momento de sair da frente da máquina e esfriar a cabeça indo até a cozinha para pegar um café.
Sei que não sou o único, mas não consigo trabalhar direito sem tomar café. Dá até vontade de perguntar ao candidato na entrevista: "Você toma café?" Se a resposta for "Não gosto muito de café", a vontade é dizer: "Perdeu... Próximooo". Brincadeira, hein!
Depois que comecei a trabalhar de casa, resolvi investir um pouquinho mais nos meus cafés e realmente me apaixonei pela coisa.
Começamos pelos cafés de cápsula. Compramos um monte em uma promoção e a máquina veio de "brinde". Com o tempo, vimos que manter cápsulas não é barato. Para quem toma 1 ou 2 cafezinhos por dia, até vai, mas para quem toma vários, fica pesado. Aqui era assim: já levantava, passava uma garrafa de café e deixava na mesa do home office com a xícara ao lado.
Fazendo as contas, percebemos que seria mais barato preparar nosso próprio café e, de quebra, poderíamos melhorar a qualidade. Compramos um moedor e começamos pelo método filtrado V60. Foi aqui que percebemos que iríamos começar a acumular trecos se continuássemos trocando os métodos. No caso do moedor, compramos um bom, já que é necessário para praticamente todos os métodos. Falaremos mais sobre o moedor mais adiante.
Para o método V60, compramos balança, fervedor de água com controle de temperatura, coador cônico V60, filtros e jarra. Gostamos muito desse café, pois é bem aromático, mas é trabalhoso de fazer no dia a dia, o tempo todo. É um negócio para o fim de semana mesmo.
Começamos a pensar: se uma pessoa gosta de vinho, ela compra uma adega; se gosta de cerveja, investe numa cervejeira; então, se gostamos de café, vamos investir numa máquina boa.
A dúvida era se deveríamos comprar uma super automática, daquelas que só apertamos o botão e colocamos a xícara embaixo, ou algo mais manual. A super automática ganha tempo, mas não permite mudanças e aperfeiçoamento no processo. Resolvemos esperar uma promoção e pegar uma Breville Barista, que exigiria uma curva de aprendizado para chegar naquele café top. Foi nesse momento que aprendemos mais sobre como atingir o café ideal e entendemos que fizemos a escolha certa.
Nada contra as super automáticas; às vezes tenho vontade de ter uma, mas para mim, ter que preparar faz parte do meu ritual.
Conhecimento Adquirido
Só usamos café 100% arábica e compramos em grão.
Para chegar a um café bom:
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Independentemente do método, a qualidade da água muda o café. Aqui usamos um filtro que requer uma vela descartável. Trocamos todo ano, depois da limpeza da caixa d'água do prédio. Não só para o café, mas para a qualidade da água que bebemos.
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O café deve ser moído na hora para preservar o aroma.
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A torra muda tudo. Gostamos de cafés mais frutados, com torra média para clara, o que evita o amargor e deixa o café praticamente doce. Geralmente, grãos maiores costumam ser melhores.
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É possível encontrar cafés com pontuação entre 82 e 86 pontos a preços razoáveis, possíveis de manter no dia a dia.
Moedor
Tendo um café bom em mãos, acertar na moagem é o ponto principal.
À medida que aprendemos mais sobre café, começamos a entender que moer na hora é responsável por mais de 50% da qualidade do café. Óbvio que tudo depende da qualidade do grão. Moer porcaria resultará em porcaria moída.
Em resumo, o moedor pode ser:
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Lâminas (ou hélice), que cortam os grãos em pedaços. São mais acessíveis, mas não garantem consistência na moagem (granulometria).
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Moedor de mós (ou Burr Grinder), com dois discos (ou cones) que trituram os grãos de forma uniforme, ajustáveis para diferentes tamanhos de moagem. São mais caros, mas o ideal.
Sem me alongar muito e já sabendo que os moedores de mós são melhores, temos dois caminhos: elétrico ou manual.
Se for investir em máquinas melhores, algumas já vêm com o moedor embutido, inclusive de mós.
Optamos por comprar um moedor separado da máquina. Isso nos permite:
- Trocar de máquina sem depender do moedor.
- Trocar de moedor sem trocar a máquina.
- Quando um der problema, não perdemos tudo de uma vez. Se o moedor der problema, compramos café moído até resolver. Se a máquina der problema, mudamos o método até resolver.
Como não queria perder tempo moendo o café manualmente, especialmente na hora do trabalho, já optei por um moedor elétrico desde o início e acho que foi a melhor escolha. Não cheguei a ter experiência com moedor manual para opinar.
Máquina de Expresso
Nossa máquina já tem 7 anos. É uma Breville, o modelo mais simples, Barista. O moedor é da mesma marca.
Na verdade, é meio que uma estação de trabalho com tudo que precisamos para fazer o que quisermos. O café na xícara depende de quem opera a máquina.
Se você tem um café de qualidade, com a torra que gosta e moído no ponto certo, ainda depende de alguns fatores para chegar no seu café ideal:
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Prensar o café com a força correta.
- Se prensar demais, dificultará a passagem da água, aumentando a pressão e o tempo de extração, deixando o café mais amargo (encorpado).
- Se prensar de menos, a água vai passar rápido e o café ficará sem força e ralo. Passar a quantidade correta de água.
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Se você prensou certo, precisa encontrar quanto de água você gosta para atingir o ponto. Não existe certo ou errado, existe o que você gosta.
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O tempo de extração é importante. Uma extração curta pode resultar em subextração, enquanto uma extração longa pode trazer sabores amargos.
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A temperatura da água importa. Se a água estiver abaixo de 90°C, não será possível extrair todo o sabor e aroma dos grãos. Se a água estiver muito quente, acima de 97°C, pode alterar as propriedades do café, deixando-o amargo.
Resumindo, temos 6 variáveis para prestar atenção. A mudança em qualquer uma delas afeta tudo:
- Granulometria
- Quantidade
- Temperatura da água
- Tempo de extração
- Força de prensagem
- Qualidade da água
E no final, se você fizer tudo certo e demorar para tomar o café, ele esfria e você perde todo o trabalho.
É só um cafezinho, mas é complexo!
Depois que você pega o jeito, tudo fica fácil. 1 minuto é o tempo até ter o café pronto. Enquanto a máquina liga e fica no ponto (30 segundos), eu moio o café e prenso, pego a xícara. Depois, mais 25 segundos para extrair.
O moedor elétrico ajuda muito a manter a consistência. Se você sabe que moer 10 segundos de café te dará a quantidade exata, não precisa ficar pesando toda hora, só na primeira vez.
As vezes vemos pela Internet um monte de gente querendo ditar regra sobre o que é certo ou errado sobre preparar café e eu até entendo, mas isso é para uma cafeteria que precisa seguir padrões. Se você quem esta preparando o café e você quem irá tomar, faça aquilo que você gosta, quem vai beber é você.
Tem um forum, clube do café, caso queira se aprofundar mais no assunto.
Quer adoçar? Adoça.
Mas adoça o seu não o meu!